Software Usada
Ao contrário de produtos físicos, como carros ou computadores, o software é uma propriedade intelectual protegida por direitos autorais. O proprietário do software concede a outros o direito de usar o software por meio de um contrato de licença. Embora o conteúdo e o alcance da licença possam variar, existem algumas formas padrão que são frequentemente utilizadas. Por exemplo, o Contrato de Licença de Usuário Final (EULA) permite o uso interno, mas proíbe a revenda, enquanto a licença de Fabricante de Equipamento Original (OEM) permite que o software seja agrupado com um computador e vendido em conjunto.
Em um caso inovador (C-128/11) no Tribunal de Justiça da União Europeia, foi decidido que as licenças de software que permitem o uso perpétuo após um pagamento único podem ser revendidas a terceiros. Isso significa que as licenças de software de segunda mão são legais e podem ser uma solução econômica para as organizações.
Tipos de Licenças
Se você está considerando licenças de software de segunda mão para sua organização, é importante entender os diferentes tipos disponíveis. Uma opção popular são as licenças do Programa de Licença Aberta (OLP), que oferecem escalabilidade e a possibilidade de usar as licenças indefinidamente. Para se qualificar para o OLP, é necessário uma compra mínima de cinco unidades de licença de produtos Microsoft. O número de licenças necessárias depende do número de funcionários que irão utilizar o software.
Ao escolher uma licença, atente-se às características do software. Por exemplo, uma licença SNGL indica que o software pode ser instalado em apenas um idioma. É importante notar que o alcance das licenças de software de segunda mão é o mesmo que o de novos softwares, limitado aos termos de licença estabelecidos pelo proprietário do software. No entanto, vale ressaltar que o software Microsoft de segunda mão não pode ser registrado no Centro de Serviços de Licenciamento por Volume (VLSC) da Microsoft, embora esse registro não seja obrigatório, a menos que o VLSC seja utilizado como portal para gestão de licenças.
Requisitos para Licenças de Segunda Mão
Para se qualificar para venda, uma licença de software de segunda mão deve atender a certos requisitos:
- Colocada no mercado: A licença usada deve ter sido colocada no mercado de um país da União Europeia com a autorização do proprietário do software.
- Licença por tempo indeterminado: A licença deve ter sido obtida por tempo indeterminado, permitindo o uso perpétuo.
- Sem custos adicionais: Não deve haver custos adicionais para o uso da licença de segunda mão.
- Não utilizada no momento da venda: A licença não deve estar em uso no momento da venda.
- Completa e inalterada: A licença não deve estar dividida ou de outra forma incompleta.
Vale a pena notar que, mesmo que um titular de direitos autorais inclua disposições em seu contrato de licença que restrinjam a revenda, essas disposições não são vinculativas desde que os requisitos acima sejam atendidos. O Tribunal de Justiça da União Europeia deixou claro que as disposições contratuais não podem bloquear o direito legal de exaustão.
Acordos Contratuais e Auditorias
A Microsoft foi acusada de sufocar a oferta de licenças Microsoft de segunda mão ao impor disposições contratuais restritivas. A ValueLicensing, um revendedor de licenças de software para usuários de segunda mão, entrou com uma ação no Tribunal Superior de Londres contra a Microsoft por abuso de posição dominante e práticas contratuais restritivas. Segundo a ValueLicensing, as ações da Microsoft levaram a preços mais altos e a uma escolha limitada para os clientes, forçando-os a optar por assinaturas baseadas em nuvem, como Office365 e Azure.
É importante observar que auditorias para licenças de software de segunda mão demonstraram que podem ser usadas sem problemas. Clientes que adquiriram licenças de segunda mão passaram com sucesso nas auditorias, garantindo que não precisam se preocupar com auditorias ao usar licenças Microsoft de segunda mão.
Os Benefícios das Licenças de Software de Segunda Mão: Economizando Custos
Um dos principais benefícios de optar por licenças de software Microsoft de segunda mão é a significativa economia de custos que elas oferecem. Especialmente pequenas e médias empresas (PMEs) podem se beneficiar dessas economias, permitindo que aloque seu orçamento para outras partes críticas de seus negócios. Ao adquirir licenças de segunda mão, as empresas podem economizar até 70% em comparação com a compra direta de novas licenças da Microsoft.
Outro benefício das licenças de segunda mão é sua escalabilidade. Com as licenças OLP, as organizações têm a flexibilidade de adicionar mais licenças à medida que seus negócios crescem, garantindo que tenham os recursos de software necessários para apoiar suas operações.
Em suma, as licenças de software Microsoft de segunda mão oferecem às organizações a oportunidade de economizar em seus gastos com software e ainda aproveitar os benefícios do uso de software licenciado. Agora que a legalidade dessas licenças foi estabelecida pelo Tribunal de Justiça da União Europeia, as empresas podem explorar essa alternativa econômica com confiança. Ao entender os requisitos, os tipos de licenças disponíveis e os potenciais benefícios, as organizações podem tomar uma decisão informada que se alinha ao seu orçamento e necessidades comerciais.
Nota: As informações contidas neste artigo são apenas para fins informativos e não devem ser consideradas como aconselhamento jurídico. As organizações devem consultar profissionais para garantir que estejam em conformidade com as leis e regulamentos aplicáveis.